Criação e Selecção

 

O Diamante de Gould é uma pequena ave, da família dos estrildídeos, originária da Austrália e com grande reputação no mundo da ornitologia. As suas cores alegres e profundamente exóticas, associadas ao excelente carácter, tornam-no predilecto dos criadores de aves que o elegem como a "jóia da coroa" dos seus viveiros.
Sendo aves de colónia, no habitat natural os Gould agrupam-se em bandos. Conseguem imaginar um bando enorme de Diamantes de Gould, a sobrevoar os céus? É de facto, algo maravilhoso!
Venham daí, vamos conhecê-los....


Manutenção

 

Um viveiro grande e que permita albergar uma quantidade significativa destas aves, será o ideal para as mantermos condignamente. Sendo um viveiro exterior, é importante não esquecer os respectivos resguardos nas estações mais frias, uma vez que temperaturas abaixo dos 15ºC não favorecem o bem estar destas pequenas aves.  
Para efeitos de reprodução, os casais podem ser colocados em gaiolas mais pequenas (nunca inferiores a 60cm x 40cm x 50cm), aconselhando-se a que exista mais do que um macho para que a fêmea possa fazer a sua própria selecção. 


Alimentação

Sendo aves granívoras, os Diamantes de Gould devem ser alimentados com uma boa mistura para aves exóticas, introduzindo igualmente muita fruta (maçã; pêra) e vegetais (bróculos; espinafres) na sua nutrição. Têm predileção por algumas sementes, tais como o milho japonês e o milho alvo e, especialmente na altura da criação, adoram insectos (que podem ser ministrados através de uma papa insectívora que encontramos facilmente no mercado). Nas minhas aves costumo fornecer ainda umas espigas de painço, que depenicam em menos de dois tempos.
É importante referir que, ao contrário de outras aves exóticas e suas conterrâneas, o Gould tem uma maneira diferente de comer e jamais espalha as sementes no comedouro. De um modo geral, estas aves simplesmente enfiam o bico no comedouro e apanham a comida, sendo por isso aconselhável "remexer" as sementes pelo menos dia sim, dia não. O mesmo se aplica aos bebedouros, que preferencialmente deverão ser profundos, para que estas aves conseguiam mergulhar completamente o bico.


Reprodução

O dimorfismo sexual nos Diamantes de Gould assenta nalgumas diferenças de tonalidade, sendo que os machos apresentam cores muito mais vivas e brilhantes do que as fêmeas. Na altura da reprodução, o bico dos machos Gould fica extremamente vermelho, enquanto que o das fêmeas ganha uma cor mais escura, por vezes mesmo negro.

A partir dos 10 meses de idade estas aves já estão sexualmente activas para reprodução, no entanto, e com o intuito de se criarem bons exemplares, só aconselho a partir dos 15 meses de vida.

Nesta espécie, a fêmea é que escolhe o macho com quem deseja procriar, devendo por isso ter ao seu dispor mais do que um elemento. O ninho indicado para a sua criação é uma caixa com cerca de 15cm x 10cm x 10cm, muito semelhante à dos periquitos mas com uma entrada lateral. Alguns criadores optam por dividir estes ninhos em duas partes distintas, em que uma será mais alta que outra, proporcionando desta forma uma zona de "galação", uma vez que os momentos mais indiscretos destas aves só acontecem dentro dos ninhos e nunca cá fora (são muito tímidos estes meninos)!

Para a construção do interior do ninho, deve ser fornecido algum desperdício para aves. Depois do acasalamento, a fêmea coloca entre 4 a 8 ovos, em dias alternados e que incubará durante cerca de 16 dias (por norma e em aves maduras, o choco começa a partir do momento em que a fêmea coloca o último ovo). Ao fim de mais ou menos um mês as crias deixam o ninho, no entanto, somente a partir dos 45 dias de idade é que podem ser separados dos progenitores (altura em que começam a alimentar-se autonomamente).

Em Portugal, a altura mais indicada para a criação de Diamante de Gould situa-se entre Outubro e Janeiro (altura do ano em que no nosso país existe um maior índice de humidade).